02-06-2015 - 12:18
Uma empresária do Alentejo está a apostar na produção e transformação de figo da índia, que vende como fruta fresca ou em polpa e das suas sementes produz óleo para fins cosméticos.
Teresa Laranjeiro possui uma quinta, com seis hectares de figueiras da índia, e uma unidade fabril, onde transforma o fruto, situadas em Vimieiro, no concelho de Arraiolos, distrito de Évora.
O projeto "nasceu" há cerca de quatro anos para dar "rentabilidade à quinta que estava parada" e a escolha do figo da índia aconteceu "quase por acaso", conta à agência Lusa a empresária e agricultora.
"Fiquei curiosa e fui investigar e quanto mais investigava mais fascinada ficava com a figueira da índia", lembra, considerando que se trata de "uma planta que tem muitas aplicações e tanto potencial".
Na quinta de Teresa, que antes trabalhou como consultora informática, algumas plantas já começaram a florescer, mas os frutos só vão amadurecer no final de agosto, ocorrendo, nessa altura, a colheita.
A agricultora e empresária prevê produzir este ano cerca de uma tonelada de figos da índia, uma parte para vender como fruta fresca e a restante entra na sua fábrica para transformar o fruto em polpa e as sementes em óleo.
"O óleo é muito hidratante e antioxidante", refere Teresa Laranjeiro, indicando que já lançou um óleo de sementes de figo da índia, que pode ser comprado em feiras ou em lojas de produtos naturais.
A polpa "é congelada e vendida para a indústria alimentar" para confeção de gelados, bolos ou iogurtes, acrescenta.
Segundo a empresária, a fruta fresca é vendida através de uma cooperativa de produtores de figos da índia, a Exotic Fruits, criada no ano passado e que já conta com 74 sócios, a maioria com plantações a sul do rio Tejo.
"Este ano, a cooperativa está a abrir canais de escoamento [da fruta fresca] no estrangeiro", estando "a negociar a sua comercialização com um cliente em França e com uma das cadeias de hipermercados" em Portugal, realça.
Teresa Laranjeiro reconhece que a presença de figo da índia nas "prateleiras" dos supermercados portugueses ainda é escassa, mas frisa que "as plantações estão agora a começar a produzir".
"No ano passado, a cooperativa, com 60 produtores, recolheu uma tonelada de figos da índia, mas este ano esperamos já trabalhar com 10 toneladas de fruta fresca", antecipa.
A empresária investiu mais de 250 mil euros, com o apoio do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) na plantação e na construção da fábrica, criando três postos de trabalho na quinta e cinco, três dos quais sazonais, na unidade fabril.
Para além de figos da índia, produz também ervas aromáticas, como salvia, menta e erva-cidreira.
Fonte: Dinheiro Digital com Lusa.
02-02-2017 - 15:07